Oásis


Deixa-me permanecer assim: voluntariamente cega.
Deixa-me louca caminhar para o abismo e cair.
Deixa-me destroçada arrastar os pés sangrentos pelas áridas areias desertas de vida.
A desidratação tomará conta do meu corpo e desaparecerão os vestígios do suor que deixaste em mim.
Aparecerás disforme numa alucinação nebulosa…
Ilusão…
Ah!
Qual Oásis no deserto!
Que vontade de te encontrar, de te tocar, de te beber…
De sentir a tua frescura…
De atingir o êxtase máximo de saciamento…
De alimentar a minha secura e acalmar esta chama que me consome a alma…


Ó sol que me mentes!!
Delírio.
Alucinação enganadora.
Surges sempre sob a forma de miragem, ainda não molhei os meus lábios e já te dissipaste qual volátil omnipresença inconstante.

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